Dois cilindros interseccionados abrigam uma residência e um estúdio de arquitetura. O primeiro, ligeiramente mais baixo que o outro, recebe a fachada de entrada: um grande pano de vidro que corta o volume cilíndrico. O segundo, posterior ao primeiro, cria a fachada emblemática da casa: uma composição de janelas hexagonais na parede curva de tijolos.
As cerca de 60 aberturas são resultado direto da estrutura utilizada. Uma estrutura que remete a um favo de mel construída com tijolo local –sistema semelhante ao método iniciado por Vladimir Shukhov em 1896 com metal. Método que garante o uso mínimo de material, assegurando uma estrutura eficiente e rígida. Sem a necessidade de qualquer tipo de quadro, as aberturas hexagonais compõe a fachada e iluminam abundantemente o interior.
O espaço interior é livre de elementos estruturais, já que a estrutura perimetral recebe todas as cargas da construção, além de um sistema de revestimento de reforço com pranchas de madeira.
A configuração interior funciona com a maioria dos espaços de vida, tais como cozinha e banheiro, alocados no pavimento principal. Um movimento espiral ascendente expõe a diversidade de espaços através de um jogo de alturas, passando de um pé-direito simples, para um espaço de dupla altura.
Uma escada em caracol leva ao segundo andar, onde os quartos e sala de estar estão localizados. Os quartos localizados na porção posterior não estão totalmente separados um do outro. Paredes parciais delimitam o espaço. Definem-se as áreas específicas, mantendo um plano quase aberto, que permite que a luz solar inunde o interior.
O terceiro andar recebe o estúdio, com uma zona de pé direito duplo no cilindro posterior. Visualmente diferente dos outros, este espaço de altura dupla é penetrado pela luz que passa pelas inúmeras janelas hexagonais.